segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Medos

Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. 


Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira..." 

Fabricio Carpinejar




Mas apesar disso tudo, bora viver a vida???

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sobre a espera

"Esquisito é que as uvas cor-de-rosa sempre eram as últimas a amadurecer. Desde dezembro, ficava todo mundo de olho nelas, na maior impaciência. Lá pelo Natal, amadureciam as pretas. As brancas só amadureciam no meio de janeiro (...) Mas as cor-de-rosa... Meu Deus, como as diabas demoravam: só na altura do Carnaval. Isso que todo dia a gente cuidava. (...) 



Outra coisa que eu penso quando me lembro daquelas uvas cor-de-rosa é que, na vida, as coisas mais doces custam muito a amadurecer."
 Caio Fernando Abreu


Durante muito tempo me questionei o que era pior: o medo do que está chegando ou o desespero pelo que está partindo. Hoje já tenho a resposta e o que vem não me causa mais medo...
Muitos têm medo das mudanças, né?! Eu tenho medo de que coisas nunca mudem.
Mas a espera... ah, essa ainda me angustia! 
Preciso admitir que tenho medo de não cultivar direitinho, acabar passando do ponto e apodrecer. Só que a vida é um risco. O que se há de fazer???

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um Pedido



"Sempre acreditei que toda vez que a gente entra numa igreja pela primeira vez, vê uma estrela cadente ou amarra no pulso uma fitinha de Nosso Senhor do Bonfim, pode fazer um pedido. Ou três. Sempre faço. Quando são três, em geral, esqueço dois. Um nunca esqueci. Um sempre pedi: amor."  
Caio Fernando Abreu


Bom, sempre fui dessas, mas hoje me questiono: será que só amor é suficiente??? 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Flor de Lótus



As raízes do lótus estão na lama, o caule cresce através da água, e essa metafora fortalece a flor perfumada que desabroxa sua beleza acima da água a cada raio de sol. Este padrão de crescimento significa o progresso da alma que mesmo adversa vindo da lama materializa-se na primavera e sobrepõe-se a todas as adversidades.


É tão clichê, eu sei, mas deu vontade de tatuar... Adoro clichês, hahaha!