quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A carne

 A carne mais barata do mercado é a carne negra



Que vai de graça pro presídio
E para debaixo de plástico
Que vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado é a carne negra


Que fez e faz história
Segurando esse país no braço
O cabra aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado
E o vingador é lento
Mas muito bem intencionado

E esse país
Vai deixando todo mundo preto
E o cabelo esticado

Mas mesmo assim
Ainda guardo o direito
De algum antepassado da cor
Brigar sutilmente por respeito
Brigar bravamente por respeito
Brigar por justiça e por respeito
De algum antepassado da cor
Brigar, brigar, brigar

A carne mais barata do mercado é a carne negra

(Composição: Seu Jorge, Marcelo Yuca E Wilson Capellette)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Esquecer...






Abandonar o paraíso,
a única forma
de não esquecê-lo.


Fabrício Carpinejar, 
em “As Solas do Sol” (Editora Bertrand Brasil, 1998)



Bom, muito bonito isso... 
Mas, contraditória e incoerente como sou, 
eu me pergunto:
Qual é o problema em esquecer???