terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Vantagem acadêmica de Cuba


Minha sugestão de livro deste mês é o título "A vantagem acadêmica de Cuba - Por que seus alunos vão melhor na escola", de Martin Carnoy, em parceria com a Fundação Lemann e publicado no Brasil pelo Grupo Ediouro.

Clique aqui para visitar o site do livro.

A primeira questão levantada é que mais de 50% dos alunos cubanos conseguem resolver problemas complexos de matemática, enquanto apenas 10% dos alunos brasileiros e 15% dos alunos chilenos atingem o nível mais avançado de proficiência matemática, de acordo com o Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação (Llece), coordenado pela Unesco.

No Brasil, educação e política se misturam mais do que deveriam e a vasta maioria da população continua presa a uma educação que impede seus filhos de atingir todo seu potencial intelectual. Assim, uma educação de baixa qualidade praticamente garante que essas crianças também serão pobres. Será que isso é democrático?

Este livro compara a educação no Brasil (e no Chile) com a educação em outro país latino-americano - Cuba - e tenta entender como uma sociedade com renda per capita menor que a brasileira ou a chilena consegue promover uma educação de muito melhor qualidade para todos os jovens de sua população.

Uma das chaves para o sucesso cubano em educação é o recrutamento, para o magistério, dos melhores alunos do ensino médio e a excelente formação que lhes é dada, ao redor de um sólido currículo. Outra é a garantia de que os alunos são saudáveis e estão bem alimentados. E a terceira é o sistema de tutoria e supervisão dos professores, focada na melhoria da instrução. Mas o elemento crucial é o compromisso total com a melhoria dos padrões de ensino e fazer o que for necessário para que este padrão chegue até as salas de aula do menos vilarejo das regiões mais pobres.

Sabemos que o desempenho do aluno varia muito entre indivíduos, salas de aula, escolas e que as experiências das crianças com suas famílias, principalmente a interação com pais e irmãos, tem efeitos importantes no seu desempenho acadêmico, assim como suas experiências na escola com professores específicos. Só que além destes fatores, as condições sociais e educacionais em defesa destes países fazem diferença.

Um fator interessante observado na pesquisa é que, no Brasil, os ensinos funamental e médio são muito descentralizados, em níveis estadual e municipal. Apesar da reforma do Fundef, os dois sistemas públicos ainda são paralelos, competem por recursos, não são coordenados entre si e possuem administrações distintas. Essa grande variação no gasto por aluno distingue o Brasil dos outros dois países analisados.

No mundo de hoje, a preocupação com a educação deve ser constante e eu não afirmo isso apenas por ser professora. Antigamente, mesmo se a pessoa não concluísse o ensino médio teria a chance de conseguir um emprego que pagava um salário decente. Atualmente, a simples conclusão do ensino médio provavelmente deixa e pessoa próxima da extremidade inferior na hierarquia econômica.

Assim, este livro é sobre a educação em um país - Cuba - onde mesmo os alunos das escolas de ensino fundamental das zonas rurais parecem aprender mais que os alunos das famílias de classe média urbana do rstante da América Latina.

Super recomendo!

2 comentários:

Pergunte que a XANA Responde. disse...

Parece super interessante!
Obrigad@ pela dica.

Anônimo disse...

Preciso lê-lo, é interessantíssimo, valeu pela grande dica.

BLOGdoRUBINHO
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